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quarta-feira, 31 de outubro de 2012

O chão

Dizem que dele a gente não passa.
Numa casa arrumada ele deve estar sempre impecável.
Sentir a temperatua dele com os pés descalço é um prazer... eu adoro...
As vezes servem de abrigo
De apoio para a comida...
Serve como base para os joelhos, as palmas das mãos
Daqui vejo tudo por inteiro... Seu corpo, Seu poder, Seus móveis, Seus sapatos e chinelos...
Daqui beijo Seus pés, me curvo ao N/nosso prazer e me aconchego como se estivesse nos Seus braços...
Obrigada Dono amado, 7 meses. Estar a Te servir é uma honra. Obrigada pela dedicação, pelo tempo, pelos ensinamentos, pelo prazer na pele e na alma, pelas risadas, pelos carinhos e, principalmente, obrigada por estar na minha vida.
Te amar é o mínimo que posso fazer.


domingo, 28 de outubro de 2012

Falta pouco...

Hoje falta pouco...
Hoje estou mais tranquila e menos ansiosa (o que não será a mesma coisa no dia que antecede estar com O Dono... fico nervosíssima como se fosse a primeira vez).
Quando falta muito eu chego a só pensar nisso o tempo todo e sabe o que é pior? Não adianta nada, muito pelo contrário, parece que o tempo acaba demorando mais a passar.
Depois de algum tempo, alguns diaszinhos, parece que o coração entra em stand bay e se acalma. Sabe que o melhor é esperar o dia marcado chegar. Durante esse tempo eu passei a cuidar de mim.
Saudade dói, incomoda, sufoca em alguns momentos, mas passa, passa e precisa nos deixar sadias para que a próxima vez seja eternamente a primeira, aquela quando nos sentimos no lugar certo, na hora certa com a pessoa certa.
Por isso hoje eu preferi sossegar a saudade nas lembranças boas e tentar imaginar o que me espera... Sabe por quê? Porque falta pouco... muito pouco.
 
 

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Exclusividade

Vivo o BDSM há pouco menos de dois anos, por isso, talvez, ainda veja meu estilo de vida muito misturado ao baunilha, o que na verdade não me parece nenhum crime, uma vez que não visto uma máscara de escrava e depois tiro, sou íntegra. Vivo o BDSM 24/7, graças ao meu Dono. (Não moramos juntos, logo não pretendo que entendam o meu 24/7 dessa maneira, apenas me refiro a tal prática tendo em mente que vivo PARA Ele, mesmo não vivendo COM Ele).
Mas muitas coisas se misturam e as vezes nos confundem e sair da linha pode ser fatal...
Assim, nessa dicotomia, vou levando minha vida da melhor maneira possível. 100% não existe em nenhum setor da nossa vida, em nenhum relacionamento e por isso a exclusividade passou a ser um exercício interessante e de auto conhecimento. 
Um amigo me perguntou hoje como consigo ser fiel, exclusiva e não querer mais ninguém (homem), como que não tenho desejo por mais ninguém. Bom, complicado isso... porque não dá pra dizer que toda sub tem o que eu tenho, que todos vivem da mesma maneira o BDSM. 
Depende de fatores tão diversos quanto a diversidade de seres humanos. Personalidade, sentimento, fase da vida, cumplicidade, comprometimento, auto conhecimento, auto estima, vontade, entrega, identificação com quem a gente está... deixei essa por último porque eu entendo que muitas vezes a necessidade de se entregar pode atrapalhar um pouco a escolha do parceiro ou parceira e isso é arriscado, mais do que deveria ser.
A gente conhece alguém, mostra o que tem de melhor porque a sedução faz parte da aproximação inicial e depois se joga, mas só a convivência é que dirá quem é quem, é quando os defeitos aparecem e é com eles que devemos aprender sobre o outro. É com o todo que convivemos, é nessa hora que se define o que você quer de verdade.
Porém, outro fator é fundamental no meu ponto de vista: não dá pra saber o quanto de você será doado, o quanto da pessoa que você é ao entrar nessa relação será modificado, o quanto do seu desejo será direcionado para uma só pessoa. Eu escolhi ser de um homem só porque O escolhi de corpo e alma, dei minhas cabeçadas por aí e cheguei a conclusão que minha vida deveria ser Dele, que eu vivi tudo o que vivi, de certa forma, porque deveria aprender o básico sobre mim para poder me entregar de verdade.
Com sorte e sinceridade nas palavras e nas atitudes hoje carrego com orgulho a coleira Dele. Sou exclusiva por opção e convicção. Sou feliz assim e pretendo ser por muito e muito tempo.
Esse é o ponto de vista de uma escrava exclusiva, claro que a exclusividade nem sempre é bilateral... e se não for? Aí é preciso conversar desde o início (e sempre, porque conversar faz parte de uma relação saudável, seja ela qual for) e colocar tudo as claras para que ninguém seja magoado nem enganado. Você é responsável pelas escolhas que faz, é seu dever arcar com as consequências de tudo que vier com elas. É fácil? De jeito nenhum! Mas quem disse que seria?






quarta-feira, 3 de outubro de 2012

6 meses...

Seus olhos ainda me encantam...
Seu cheiro ainda me entorpece...
Sua voz ainda me hipnotiza...
Suas mãos ainda me seguram...
Seu corpo ainda me aninha...
Sua risada ainda alimenta meu espírito...
Sua amizade ainda é meu eixo...
Sua existência ainda é meu chão...
Muitos "ainda" porque a cada dia que acordo e penso "sou Dele" é um dia de luz, uma renovação da certeza mais profunda que já tive: ainda serei Dele. Hoje sou e isso me faz ir além dos meus sonhos, me transporta além das nuvens, me espreme na realidade mais viva e tira de mim a essência pura da mulher que ama, serve, admira e sonha. 
Obrigada Dono... por tudo.

Distúrbios do prazer - o filme - as inquietações...

   Outro dia assisti ao filme "Distúrbios do prazer". O tema eu não poderia ao certo definir, mas paira entre o desejo de viver intensamente seus desejos e o desequilíbrio psicológico. 
   Já havia visto outros filmes com esse tipo de discussão e mais uma vez alguns pontos me vieram a mente. O que leva de fato alguém a buscar prazer causando ou sentindo dor? Se submeter a alguém em tempo integral, sem limites ou com limites muito pouco prováveis se não fosse a relação D/s?
   Não estou fora de nenhum dessas categorias, não que eu seja uma desequilibrada emocional incontrolada. Tenho sim meus momentos de desequilíbrio, mas nada que atente contra minha vida ou a de outra pessoa. A questão é que tanto de desconhecida eu tenho dentro de mim que me permite sentir esse tipo de prazer e não saber se isso me faz bem ou não? Será que quem tem outras formas de prazer se questionam isso? A consciência de que se está vivendo uma coisa tão intensa é a prova de que o seu desequilíbrio é tolerável? São tantas perguntas, tantos caminhos, tantas formas de ver a vida que fica complicado encontrar um ponto de partida único.
   Somos muito mais responsáveis pelo que acontece na vida das pessoas do que imaginamos. Digo isso porque as pessoas não sentem, agem, vivem de forma igual e quando estabelecemos padrões também criamos linhas imaginárias que separam o que é "certo e errado", "normal e anormal", "bom e ruim", e com isso separamos aqueles que têm as mesmas características daqueles que de alguma forma estão fora dos limites estabelecidos. O ser humano busca a aceitação e a felicidade e nenhuma dessas coisas se consegue sozinho, por isso quando estabelecemos fronteiras entre os critérios sociais acabamos excluindo e criando nós mesmo, na vida dos outros e nas nossas, desordens involuntárias que podem causar danos complexos.
   Claro que não dá para culpar a um estranho todas as incertezas e insucessos de nossas vidas, grande parte do que somos dependeu apenas e exclusivamente de nossas escolhas, dos caminhos que decidimos seguir. Ninguém colocou uma arma na minha cabeça ou ameaçou a minha família para que eu me tornasse uma praticante de BDSM. Nem minha coleira foi imposta como algo que seria vital a minha pessoa (se bem que hoje me parece ser...). O que vivo hoje foge das expectativas mais intensas que eu já tive, até porque tudo no BDSM é mais intenso e por isso, pelo menos pra mim, muita coisa é imprevisível, muito do que sinto era inimaginável. Meu amor profundo e incondicional pelo meu Dono, as ideias que brotam constantemente na minha cabeça para serem postas em prática, segundo as vontades Dele, nas nossas sessões, os sentimentos e confusões que habitam minha cabeça e coração. 
   As vezes me sinto sim fora dos padrões. Na verdade estar dentro dos padrões nunca foi meu forte, não que eu buscasse chamar a atenção ou algo parecido, mas o "ser comum" nunca foi uma meta, nunca me atraiu, por isso fico triste quando alguma coisa preconceituosa explode na minha frente... por que temos que seguir padrões, gostar das mesmas coisas, ouvir as mesmas músicas, vestir o mesmo estilo? Aceitação todo mundo gosta, mas por que não aceitar que as diferenças são o que fazem a vida atraente e divertida? Sou avessa a rotina, apesar de ter algumas e adorar, mas a possibilidade de escolher algo diferente deve ser constante na minha vida, se não eu enlouqueço, e de verdade!
   Por mais que possa parecer paradoxal, ser uma submissa masoquista abriu novos horizontes na minha vida, me libertou de grilhões que eu mesma tinha me posto. Sei que sofrerei dores incalculáveis caso algo me impossibilite de pertencer a meu Dono, mas sei também que nunca mais serei aquela que se fazia perdida em si mesma, que não se conhecia e não sabia do que era capaz. 
   Gostaria, num mundo de desejos realizáveis, que houvesse uma chance aproveitada em cada vida de poder viver plenamente, sem arrependimentos, sem esconderijos e que esse momento fosse o crucial, aquele divisor de águas que delimita o que era ruim, médio, do que é bom, do que realmente interessa. Busco esse momento todos os dias e as vezes o acho, aproveito pra sentir de verdade quem eu sou, o que eu quero, como eu quero, com quem eu quero e sabe o que sinto? Que nunca fui tão feliz. Que assim seja... muito e sempre. Apesar de que o que importa é o agora, hoje... ontem já foi, não dá pra mudar nem vale a pena se arrepender. Amanhã... bom, amanhã eu não conheço... 
   Um dia eu escrevo um post de tema único! Será que consigo?? hehehehe