Translate

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Despedida...

Naquele dia eu chorei. Por horas, dias, eu me senti vivendo um daqueles contos de fada, mas adaptado ao BDSM. Ali, só com Ele por dias... dormindo, acordando, servindo, vivendo pra Ele. Mas naquele dia eu chorei...
O frio trazido pela geada pintava a grama, deixando o clima mais aconchegante, permitindo que a intimidade gerasse algo além da dominação e da submissão. Saíamos pela rua brincando como crianças, amigos que lidam com a presença um do outro como se fosse natural, como se fizéssemos parte do todo apenas quando estamos juntos.
Meu prazer de vê-lo a minha mercê foi algo jamais experimentado e só possível porque há confiança, havia desejo e oportunidade. Me senti a mulher mais realizada do mundo, mais feliz e parecia que só havíamos nós dois no planeta. Naquele dia eu chorei.
Abraçados no banheiro... mexendo no corpo a procura de alguma falha que pudesse ser removida, um fio de cabelo fora do lugar que fosse! Ficar calado, olhando no olho... Como não chorar naquele dia?
Mas tudo não passou de alguns dias, os mais deliciosos, mas acabou... 
No frio daquela manhã, sentados ouvindo música enquanto o ônibus não chegava, você percebeu que alguma coisa estava errada e me questionou... fiz um esforço inimaginável para  não chorar na sua frente, mas quando  depois do beijo macio que eu amo você entrou no ônibus para partir me senti sendo caçoada pela vida... atravessei a rua correndo e quase não via as pessoas a minha frente. Chorei e chorei muito... me sentia sufocada, amedrontada, apavorada pela perspectiva de não estar mais em seus braços enquanto eu dormia e acordava com suas mãos me procurando de madrugada, aquecendo meu corpo com o seu... não provar mais do tempero da sua comida, comer seu doce preferido de colher no prato... Naquele dia eu chorei. Chorei e sinto sua falta ainda quando vou dormir....

Nenhum comentário:

Postar um comentário