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quarta-feira, 28 de março de 2012

Amanhã

O dia que antecede eu ver meu Dono é um dia estranho: ansiedade moderada e tranquilidade... sou capaz de sentir a pele Dele na ponta dos meus dedos...

segunda-feira, 26 de março de 2012

A cadela

"O cão está preparado para a comunicação de tal maneira que ele busca o teu olho, teu rosto”. 

Hoje conversava com uma amiga sobre o termo "cadela" usado no BDSM. E observando o meu próprio cachorro cheguei a algumas conclusões: 
1) A cadela é fiel, dedicada e devota do seu Dono.
2) Sente Sua falta como algo assustador, afinal depende Dele até mesmo para comer.
3) Se há um afastamento temporário, ela precisa de algo que a ampare, uma peça de roupa ou um pano com o cheiro do Dono é o suficiente.
4) No momento do reencontro a cadela late, pula, gira, baba e até se mija de alegria!
5) A cadela sempre fica na dúvida se o Dono volta ou não, mas Ele sempre volta e isso é algo reconfortante!
6) O Dono pode mandar embora centenas de vezes que a cadela vai, mas se Ele chamar mais uma dúzia de centenas de vezes, ela volta.
7) Ouvir a voz o assobio do Dono é sinal de que está sendo solicitado e nada mais gratificante do que ter seu nome chamado por quem mais se ama. E responde com o rabo abanando!
Eu sou Sua mais fiel devota. Sua falta me consome, me aniquila, me fere mais do que Seu chicote. Fico perdida quando não sei se devo ou não comer o que quero. Não consigo colocar a toalha que está com seu cheiro pra lavar, e olha que tem pouco mais de 24h que não Te vejo e te sinto. Essa semana ainda Te vejo, e isso me conforta e me anima para acordar todos os dias até lá. Me chame. Mil vezes. Um milhão de vezes. Eu vou, faça sol ou faça chuva porque é nos Seus braços que o tempo passa na velocidade certa. É nas Suas mãos que eu sou eu. Que eu sou a cadela. A Sua cadela.


quarta-feira, 21 de março de 2012

1 mês

Hoje completei meu primeiro mês de avaliação. Quantos mais virão não me importa no momento, o que me importa é que eu estou com Ele. Estou com ele física e mentalmente. Aqui e lá, independente de onde esses lugares sejam. Hoje eu sou mais do que eu imaginava porque entendi que eu não me procurava, eu procurava por Ele. Procurava por Ele porque foi através Dele que eu descobri quem eu sou. 
Obrigada por me fazer ser mais. 

terça-feira, 20 de março de 2012

As vezes..

As vezes só o que eu quero é um colo; deitar a cabeça e esquecer de quase tudo.
As vezes o que eu quero é ouvir algo do tipo: vamos, eu vou com você.
As vezes eu preciso dizer e ouvir um "eu te amo", mas não falo há muito tempo e nunca ouvi, pra falar a verdade.
As vezes eu não quero ouvir nada, só que alguém olhe no fundo dos meus olhos e sorria.
As Vezes eu quero parar o mundo e viver aquele momento, mas as vezes eu quero apagar da minha lembrança qualquer vestígio do que passou.
As vezes eu dou colo, ouço, respondo, penso por alguém, ajudo a encontrar um pouco de conforto emocional, mas na  maioria das vezes quem precisa disso sou eu.
As vezes eu sou tão forte que as pessoas se esquecem de perguntar se eu estou bem, e isso machuca.
As vezes elas não perguntam porque não interessa, claro.
As vezes eu queria que interessasse.


sexta-feira, 16 de março de 2012

Meu saquinho de respirar

Esse blog começou como uma forma de desabafo. Coisas que eu não tinha para quem falar, sentimentos que transbordavam, desejos secretos, desabafos de momentos aleatórios que me incomodavam ou que não cabiam em mim.
Não sei guardar pra mim coisas desse tipo. Dizem que não é bom a gente externar coisas boas, esperanças, vitórias, mas por que não? Acredito que a energia de quem lê e vibra com minhas alegrias e se comove com meus desesperos é algo bom, é um afago. Já a energia de invejosos ou mal amados não vem pra mim. Ficam na barreira que me protege desse tipo de energia.
Por isso escrevo pra mim e pra quem gosta de mim. Tanto o blog quanto essas pessoas são meus saquinho de respirar! Já viram uns saquinhos que as pessoas usam para respirar e se acalmar? Então, eles são meus saquinhos! Tem gente que usa pra vomitar... é... as vezes serve também, mas prefiro respirar!
Como diz uma grande amiga: ERICAAAA RESPIRAAA RESPIRAAAA!!!
E hoje eu venho dizer que a vida é mais do que respirar. Valorizo também os momentos que me fizeram e fazem ficar sem ar, com o coração a mil.
Hoje meu saquinho de respirar principal é o mesmo que me tira o ar e sufoca. É daqueles sacos de asfixia que tanto me encanta... e não poderia ser melhor. É o melhor.

segunda-feira, 12 de março de 2012

Fluir... eis a palavra de ordem

O tempo que cada coisa tem é diferente, o de cada pessoa também. Mas como saber em que lugar do tempo o outro está? Como equilibrar ansiedade com paciência? São duas perguntas que podem não fazer sentido juntas, masque estão intimamente ligadas porque se não temos como saber onde está O outro precisamos de paciência e controle de ansiedade.
Ando muito angustiada com muitas coisas e até mesmo a exposição que falo aqui tem me incomodado um pouco. Não sei quem me lê, e me expus sabendo disso.
Esse é o meu canto, minha válvula de escape e hoje eu dediquei um tempo para ler postagens antigas, desde a primeira e notei o quanto a vida flui, com seu ritmo próprio, sem que tenhamos controle na maioria das vezes e mesmo sabendo que flui, que se transforma, eu fico ansiosa por vários motivos: não controlo esse tempo, esse ritmo, então as coisas não acontecem no tempo que EU acho que deveria acontecer. Isso por um lado é muito ruim porque eu ainda tenho a mania de planejar. Planejo e sonho demais e o sucesso de tudo isso não depende só de mim e é justamente aí que eu não posso controlar. Mas flui...
Quando flui no meu tempo é algo inexplicável de tão bom! Quando aquilo que a gente quer vem é o momento em que esse fluir é intenso, é maravilhoso, mas continua fluindo e acaba.
Acho que meu grande problema é não aceitar que as coisas acabam. Isso porque quando eu quero, eu quero muito, com vontade, com força, com avidez. Acabo sendo meu maior algoz dessa maneira...
Hoje, lendo esses posts antigos percebi que cada vez que venho aqui não sou mais a mesma que começou a escrever há quase um ano, mudei, cresci, mudei de ideia, fui e voltei para o meu foco, mas minha essência permanece a mesma. Não entro mais nas mesmas águas. Não sou mais a mesma... nem as águas.


domingo, 11 de março de 2012

Liminaridade

Na Antropologia usamos o conceito de LIMINARIDADE para designar aquele indivíduo que está num processo de passagem, literalmente num ritual de passagem, num estágio subjetivo, de ordem psicológica, de estar no limite ou entre dois estados diferentes de existência.
Estou na minha liminaridade como cadela. Em avaliação. Não sou nada. Sou um ser que serve, mas que não tem uma identidade certa. Pra mim está sendo um momento difícil, complicado e confuso. Me incomodo com várias coisas e me realizo com outras tantas. 
É um momento de tristezas e alegrias, onde tudo se mistura e eu sofro com as alegrias e me transformo com as tristezas.
O lado bom disso tudo é muito grande. Alguém muito especial dedica Seu tempo a mim, me permite dar-Lhe prazer. 
Ser Dele, mesmo que eu ainda não saiba o que sou. Mas sei DE QUEM EU SOU.
Nunca, desde que me enveredei no mundo BDSM, tive dúvidas disso. 
Na minha mente, na minha história que só eu conto pra mim, o final é feliz. Mas o estado de liminaridade, o ritual de passagem, pode não dar certo. 
No fundo... eu sei que já está dando certo.


terça-feira, 6 de março de 2012

Feliz aniversário!!!

Hoje é aniversário do meu Dono, minha paixão, meu vício, minha alegria.
Que Deus permita que Ele tenha sempre uma saída para Seus problemas, saiba ter paciência comigo, continue a pessoa admirável que é, e divida comigo a alegria e a satisfação de realizar os desejos, de sonhar outros novos, de descobrir, através da cumplicidade, que o mundo dos insatisfeitos nos espera, e que isso por um lado é bom, permaneceremos sempre em busca dos limites, da satisfação, da contemplação e da realização.
Beijos em seus pés, Senhor da minha vida.

domingo, 4 de março de 2012

Música...


Seu cheiro

Nossa memória funciona como um arquivo, literalmente um registro de tudo que aprendemos, vimos, conhecemos, tocamos, ouvimos ou de um jeito ou de outro, assimilamos.
Ouvir uma música, ver uma foto, sentir um cheiro, um sabor, tudo isso pode nos levar a lugares e situações que provavelmente não iremos mais viver.
Mas de todas acho que o cheiro me é mais forte. Lembro de momentos em que meu nariz Te procura ou procura no ar, solto como uma bolha de sabão, o cheiro que me acalenta e me envolve. Que me deixa a mercê do mundo de ideias e desejos que existem na Sua mente.
Meus sentimentos dão voltas em torno da lembrança que Sua pele deixa na minha. Tenho uma imagem muito nítida na lembrança e se um dia ela estiver na lista das imagens a serem salvas certamente ficará nas primeiras posições: deitados, na mesma posição, de lado. Suas costas na minha frente. Seu rosto virado para uma janela e minhas costas viradas para a outra janela do Seu quarto. Acordei, despertei com algum barulho e me vi com o rosto pertinho pertinho da Sua pele. Como que instintivamente, estiquei mais o pescoço e esfreguei meu nariz nas Suas costas, como um gato de esfrega no dono. E era isso que eu fazia. Me esfregava no Dono  dos meus sentidos, dos meus sentimentos, das minhas memórias, da minha vida. Nem mesmo um sinal de que aquilo O incomodava, mas eu não poderia abusar, já tinha o que queria. Seu cheiro em mim.


sábado, 3 de março de 2012

De vez em quando

De vez em quando quem apanha é minha versão mais arrogante. Eu Te provoco a todo instante e não me rendo totalmente até sentir a Tua força gloriosa e o efeito que ela causa em mim.
De vez em quando a heroína não vem, e sou eu, Sua garota, entregue e indefesa, aceitando como pode, sentir dor para Te dar prazer.
De vez em quando não há orgulho ou vontade de que todos vejam o que eu me permito sentir. É só um quarto, e nele apenas eu e O Senhor, preenchendo todo e qualquer requisito clássico do que S/somos. Sem surpresas, sem resistência, sem delírios de nuances. Sou toda Sua, mas O Senhor não é meu.
De vez em quando os golpes arrancam pele e lágrimas, e eu, soluçando, Te peço desculpas por nem saber ao certo o que me faz chorar. Se é a dor ou o medo, ou a união de tudo isso, e do próprio dia a dia, que não, não se resume a Ti. De vez em quando eu ainda faço o que não cabe e o que deveria ser só prazer, vira remédio. De vez em quando é fuga do tédio, é terapia.
E eu me mudo, a cada dia, sempre que preciso de Ti por perto. Pra ser meu vício, meu ofício, e meu prazer imenso e incerto.