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domingo, 29 de maio de 2011

Eu corro...

Eu quero guardar teu beijo
Na concha das mãos
Teu cheiro eu levo feito mancha na roupa
Que eu nao lavo não
Sou alvo pros teus olhos claros parecidos
Com essa estação
E adoro os efeitos sonoros de quando você sussura
Absurdos no ouvido do meu coração
Se eu corro
Eu corro demais so pra te ver meu bem
É que eu quero um socorro
Se eu corro

terça-feira, 10 de maio de 2011

O lenço vermelho



Um véu vermelho corta a luz baixa. Misturado ao cabelo da escrava era impossível diferenciar um do outro. Antes de seu corpo se aproximar, o que chegava primeiro era seu olhar, baixo, mas firme, fixo no ponto de equilíbrio que guiava seus passos. Seu Senhor a esperava junto as almofadas de cetim, deitado, aguardando a demonstração de gratidão e alegria de Sua escrava. 
Por de baixo do véu uma escrava de pele clara, olhos doces, cabelos cumpridos, sorriso tímido. Sua carne tremia e o coração pulsava forte. Seus giros começaram ainda tímidos, passos ainda não ensaiados, que fluiam por instinto. O movimento dos véus que compunham toda a sua roupa produziam uma brisa que faziam dançar também as chamas das velas que davam luz ao ambiente. A dança tomou conta não só de seu corpo, mas também elevou seu espírito, já não controlava mais seus passos, nem seus batimentos, nem mesmo sua respiração. Vez ou outra abria seus olhos e via o sorriso de satisfação do seu Dono, era como se fosse a ordem aguardada para continuar. "Dance de olhos abertos, quero que veja o que te aguarda". Não foi preciso repetir, a escrava se aproximou obedecendo a ordem expressa pelo olhar daquele que a adestrou para reconhecer Seus desejos dessa forma.

Um a um os lenços de sua roupa foram sendo retirados, puxados de maneira caprichosa, para serem sentidos acariciando o corpo que antes os carregava. Parada a frente de seu Dono, a escrava era amarrada por esses lenços, mas primeiro seus pulsos para que pudesse continuar a dançar, agora nua, apenas com presilhas que trazia nos seios como adornos e o véu vermelho. 

Levou um susto enorme quando sentiu as mãos que a amarraram agora sustentando seus braços no alto por trás. Firmes e com o objetivo de lembrar a escrava que seus movimentos o pertenciam assim como tudo que dizia respeito a ela. Assim como os lenços de sua saia, a graça do seu movimento era justamente por estar presa. Um lenço solto não tem a mesma leveza que tem um lenço cuja ponta permanece presa dando a ele a capacidade de dançar ao menor assopro.
Amarrada e amordaçada... feliz, dançando como uma odalisca. Serva por escolha, por destino, dançarina por prazer, como um lenço.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Sequestro (parte 2)


Nós passamos grande parte das nossas vidas ponderando escolhas, tentando ser racionais, mas momentos como esse fazem aflorar nossos instintos mais primitivos e todo esse turbilhão de tesão que me invadiu com essa pergunta fez brotar a minha essência mais cristalina. “Sim Senhor. Sou uma cadela e estou aqui para servi-lo. Eu fico”. “Boa menina. Sua safe é CARNAUBA. Nós não vamos machucar você, obedeça e confie, só estamos aqui porque você pediu, você quis, então agora apenas escute e obedeça. Ficaremos aqui por três dias e você nos servirá. Te alimentaremos, daremos banho e deixaremos você descansar. Outra coisa, estamos muito longe de qualquer lugar, então se você tentar fugir só nos dará aborrecimento. Além disso, estará fraca, pode se machucar e nos dará mais trabalho”.
Dentro do quarto havia uma banheira, fui liberada para o banho, mas deveria me apresentar na sala em 20 minutos. Minha roupa estava arrumada de forma harmoniosa ao lado da banheira e ainda havia um lírio em cima delas, um carinho pra mim. Durante o banho eu pensava em quão seria perigoso estar consciente. Caminhei até a cozinha, não havia ninguém lá, apenas um bilhete sobre a mesa: “alimente-se, seu pote está ao lado da mesa. Fique de quarto e coma.” Mesmo não tendo ninguém por perto eu obedeci. Quando acabei apenas me ajoelhei e coloquei as mãos sobre minhas coxas. Ouvi passos vindos por trás, mas não me virei. Meu coração parecia bater entre as pernas, senti brotar meu gozo e antes de qualquer reação uma venda cobriu meus olhos e minhas mãos foram amarradas para trás. Uma coleira posta no meu pescoço. Pela argola da guia fui levada não sei pra onde. “Como eu disse, cadela, serão três dias, um para cada um de nós. Hoje é minha vez. Você sairá daqui marcada se quiser. Você quer?”. Não sou muito fã de seguir roteiros SM, mas uma coisa que me deixa orgulhosa é poder apreciar minhas marcas que permanecem vários dias após a sessão.
Mãos desamarradas. Ainda vendada. Dessa vez, minhas mãos e meus pés foram amarrados. Eu era um X humano. Podia sentir os nós dos dedos acariciando meu rosto, descendo pelo pescoço. A movimentação na cama me dizia que Ele estava de pé nela, bem em cima de mim. Ouvi o som do zíper abrir. Minha respiração ofegava e eu me sentia molhar cada vez mais. “Que pena que você não pode me ver, cadelinha, se não veria como você me deixou excitado. Ele se abaixou e deitou sobre mim. O beijo que invadiu minha boca era forte, molhado, macio e generoso. Esse mesmo beijo desceu até meus seios e uma língua molhada acariciou o bico de um dos meus seios, enquanto uma mão forte apertava o outro. Não havia a menor possibilidade de estancar os gemidos. Uma forte mordida me tirou do eixo. Gritei. Quanto mais eu gritava, mais forte era a mordida. “Vai continuar gritando, vadia?” “não Senhor”. Minha resposta saiu em meio as lágrimas. As mordidas pararam, mas continuei a ser explorada por aquela boca e aquela mão. As unhas foram enterradas nas minhas coxas marcando um caminho vermelho. “Marcas cadela...presente pra você”. Gozei. Ele percebeu e passou a mão na mesma hora recolhendo o líquido que escorria. Melou bem a mão e passou na minha boca. “Me diga cadela, o gosto é bom?” Respondi que sim, mas só com a cabeça. Mais um beijo, mas dessa vez ele me penetrou forte, fazendo peso sobre meu ventre. Eu tinha acabado de gozar, mas gozei de novo. Ele parou e riu. “Se você fizer isso mais uma vez sem que eu mande, não terá mais sexo, entendeu?
Eu sabia que sentia prazer com a dor, mas desse jeito era demais. Não sabia até onde poderia ir, privada do meu maior prazer. Sou cadela eu gosto de gozar, masoca de carteirinha.
(continua...)

domingo, 8 de maio de 2011

Eu

"Eu triste sou calada. Eu brava sou estúpida. Eu lúcida sou chata. Eu gata sou esperta. Eu cega sou vidente. Eu carente sou insana. Eu malandra sou fresca. Eu seca sou vazia. Eu fria sou distante. Eu quente sou oleosa. Eu prosa sou tantas. Eu santa sou gelada. Eu salgada sou crua. Eu pura sou tentada. Eu sentada sou alta. Eu jovem sou donzela. Eu bela sou fútil. Eu útil sou boa. Eu à toa sou tua."
Martha Medeiros

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Fetiche... "o sequestro"



Onde eu estou? O que foi que aconteceu? Não consigo falar. Meus pensamentos são a única voz dentro desse quarto. A última coisa que me lembro foi de ter visto dois pássaros pegando algumas frutinhas na janela, mas não sei de quem é essa  casa...acho que é um apartamento. A porta do quarto está fechada. Meu corpo está doendo muito, acho que não vou conseguir levantar do chão.
Eu conheço esse cheiro...é cheiro de sexo...nos meus cabelos, nas minhas mãos, o gosto na minha boca. Acho que minhas mãos estavam amarradas, mesmo estando escuro consigo ver e sentir as marcas nos meus pulsos. Foi amarrado bem firme. Consigo ver marcas nos meus seios agora que levantei, mas em pé ainda eu não consigo ficar. Estou sentada, mas parece que sentei em cima de álcool estando ferida...ouço algumas vozes, me arrasto até a porta para ouvir e tentar reconhecer alguém. Parecem três homens. Conheço os três, mas sei que eles não se conheciam...
Como podem estar juntos ali? Eu sou o único elo entre eles, então, sabendo quem são, posso imaginar o que aconteceu. Por que fui comentar que queria ser sequestrada? Que ideia foi essa a minha? Lembro agora que estava numa festa dançando, bebendo e me divertindo como nunca. Fiquei calada de frente para um deles. Meu vestido foi rasgado...adorava aquele vestido. Uma mordida nas costas. Conheço aquela dentada. O terceiro se juntou a nós. Seis mãos percorriam meu corpo. Agora nu. Senti-me uma vadia e estava gostando. A corda! Ela está em cima da mesa, é verdade... Fui jogada no chão e cuspida. Um tapa na cara me fez ver a cor do chão bem de perto. “Fica de quatro, cadela”. Uma voz doce me ordenou. Três lindas varas batem na minha cara e logo forçam a entrada coletiva na minha boca. Será que isso aconteceu mesmo ou é só o meu desejo. A porta se abre com força. Me arrasto para um canto, mas ele vem vindo sorrindo na minha direção, me segura pela nuca agarrando meus cabelos. “Cadelaaa, você foi muito corajosa ontem”. Mas o que será que eu fiz para merecer esse comentário? “Não se lembra, né?” e ri, solta uma grande gargalhada. O “boa noite cinderela consensual” foi muito divertido. Agora eu entendo porque não consigo lembrar das coisas direito. “Tem mais gente lá fora querendo te ver”. E os outros dois entraram. “Estávamos com saudade, cadela”. Senti minha carne tremer, não só de medo, mas de desejo e ansiedade. Um deles se aproxima, sua respiração está colada no meu rosto. “Vamos brincar mais um pouco com você, mas dessa vez será diferente. Você terá a safe, vou dizer uma vez só e não quero que você repita, a não ser que queira ir embora pra casa e nunca mais nos ver. Sabemos que seu corpo está marcado e muito dolorido, mas sabemos também que você aguenta mais. Mesmo assim vou perguntar só uma vez: quer continuar?”

(continua...)

domingo, 1 de maio de 2011

Trem bala da colina!!


A cima de tudo, abaixo de nada!!

Tipo?

Não faço o tipo sub frágil, nem tão pouco meu tamanho condiz com a leveza como me movimento. Não sou estereótipo, mas tenho carater e não nego que o que eu quero dar é também o que eu quero receber. Algumas pessoas podem entender que por eu ser masoca não posso ser também submissa, que minhas atitudes são reflexos da MINHA vontade e não do Dom. Sei que experiências ruins existem, mas não me coloquem no mesmo balaio, não me julguem pelos outros. Poucos me conhecem de fato, até porque não estou a procura de ser reconhecida, não busco status ou consagração, minhas perspectivas são concentradas em compartilhar o meu prazer e ser feliz. Não sou o sonho de ninguém, mas posso ser a realidade mais viva e possante, mais atuante, tendo minha passividade como ingrediente. O melhor de mim ainda está para ser extraído, e depois de superada ainda terei mais a ser superado.
Sou mais do que eu mesma posso supor e sei que só vou saber mais de mim no momento em que eu for conduzida, levada por alguém que quer transpor comigo meus limites e isso é só uma questão de tempo. 
A necessidade de fazer um "tipo" não é minha, se for a sua, ótimo, mas vamos seguir cada um na sua, ok? 
Respeito é bom e mantém os dentes na boca. Aliás, não se esqueça: sub morre pela boca e em alguns casos, pelos dedos!