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quarta-feira, 23 de março de 2011

Meu primeiro conto...

Frequento um chat onde fiz amigos preciosos. Este conto foi escrito a seis mãos desse chat. Agradeço a contribuição de DADDY e Master Navall.
Espero que gostem!!



         Era já bem tarde, um silencio tão profundo que apenas se ouvia o ar passando ardente em seus pulmões, como podiam ver ao longe, as presas tinham medo de serem descobertas por seus cruéis perseguidos que, armados de chicotes correias e cordas, as perseguiam implacavelmente há dias, desde que por pura insanidade elas haviam fugido das masmorras do sultão.....
         Eram três. Não trocaram uma palavra enquanto corriam por uma floresta densa onde só se ouvia o uivo de lobos famintos, mas elas sabiam que os gravetos quebrando aos seus pés descalços as entregariam fosse aos lobos ou a seus perseguidores.
         Fome, sede, cansaço, as três andavam seguindo em direção ao por do sol por onde somente pequenos raios de luz escondiam a tormenta que as esperava caso fossem capturadas.
         O anoitecer cobria seus corpos deitados na absoluta dúvida, e os monstros que na infância viviam dentro de seus armários hoje reinam em suas mentes, amor da família é quente, mas a lâmina do perseguidor é fria, marcando todo seu trajeto, corpo adentro de um infeliz, o lobo caça , rouba uma de suas companheiras que em agonia mortal enfeita o verde da floresta com vermelho, e com seu interior muda o interior da floresta.
         A luz se esvai e o cair da noite aumenta dolorosamente o medo de todo o silêncio que a densa floresta ostenta. Os olhos não mais podem se comunicar, e as duas presas que restam unem seus corpos a fim de produzir um calor q já se oculta no sangue, vã tentativa.... O frio e a fome já não são mais castigo, elas já se acostumaram a isso enquanto estavam presas, mas um estranho calor pousou sobre elas.... uma tocha.
         Suspensa pelos cabelos, imóvel de medo....seus olhos não podiam ver quem a segurava, mas podia sentir sua respiração colada a seu rosto. Uma fugitiva corre enquanto a outra tenta correr mesmo segura pelos cabelos, o perseguidor para poder apanhar a outra que fugiu e pra que a que ele segurava não fuja, corta os tendões do calcanhar dela a impedindo de correr, e finca a espada no chão contra a mão dela, mas por azar ela está presa e sem poder fugir sobre um formigueiro... não vai restar muito dela quando o perseguidor voltar, e ele vai em busca da próxima.
         Com os pés sangrando por causa dos espinhos a sobrevivente se depara com cinco lobos, sabe que seu destino não reserva nada de bom para ela, o pensamento agora não funciona, apenas o instinto....ela se abaixa e sabe que o cheiro do próprio cio atrairá seu carrasco que o conhece tão bem de longos dias de tortura física....ele se aproxima por trás e ela se levanta, conhece também o cheiro do cio dele. Por um momento se recorda do cheiro de todos q a torturaram. Seu corpo treme e se entrega sem lutar.
         É arrastada até a masmorra de onde fugiu, agora não só seus pés, mas todo o seu corpo se dilacera. Em silêncio ela começa a sentir o próprio gozo, junto a ela estão mais três carrascos além do q a arrastava. É jogada a própria sorte num cômodo imundo, sem janelas...é amordaçada com uma corda. Suas roupas ficaram pelos galhos da floresta e seu corpo nu se apresenta para a servidão de quem quisesse se servir dela. Presa, amordaçada e tremendo...um tapa em seu rosto destrói o silêncio. E mais outro...e mais outro...e mais outro...e mais outro...perdeu a conta de quantos foram os tapas. Seus cabelos, ora batendo no meio das costas, agora são cortados por uma navalha que também corta sua carne.
         Vigorosamente um de seus carrascos penetra seu corpo macio, sua pele emana o cheiro de cadela q só ela tem....o cheiro que guiou esses homens pela mata era o dela, e não das outras duas que foram descartadas por não servirem como ela serve. Incorrigível, rebelde e cadela....como poderiam essas três forças pertencer a apenas uma pessoa? Já havia esquecido, talvez pela fome ou pela cede, que seu corpo era hospedeiro da satisfação dos homens. Piedade ela não teria nunca, nunca teve e sabia que isso não lhe traria a satisfação que o açoite lhe dá.
         Seguidamente serviu a todos q estavam dispostos a devorar aquela presa suculenta, já sem sentidos, mas c um desejo q antes lhe parecia inatingível. Seus limites foram testados um por um e superados um por um....O corte em suas costas agora jazia sob correntes. O único som que existia era a carne sendo usufruída pelo desejo, pela ira, pela força daqueles que a perseguiram e capturaram.
         Uma estranha sensação de delírio invade sua mente, o único lugar nela que não poderia ser tocado pelas correntes, açoites e cordas. A dor passa ser sua melhor amiga lhe trazendo de volta um sorriso no canto da boca cortada. Ela se recorda, entre tantos momentos já vividos, que sua maior satisfação foi descobrir que era por esse dia, esse momento exato que ela foi preparada e treinada.
         Ela estava onde sempre deveria ter estado e se fugiu foi justamente para ser capturada e passar por isso, inconscientemente, fez o que deveria fazer, o que queria fazer.
         Desejava mais os açoites do que a água quando teve cede.
         Desejava mais as cordas do que a comida quando teve fome.
         Desejava mais servir daquele jeito do que jamais poderia ter desejado servir.
         Matar essa cadela? não....algo tão precioso não deve ser tirado dos domínios de alguém....
         Deixá-la viva seria seu maior castigo, e sua maior recompensa.

Um comentário:

  1. Ai amadinha...

    Liiiiiiindo seu blog!

    Ótimo seu conto... parabéns aos Dons tb!!!

    E aí? Vamos ter continuação do conto?

    Ah, porque o blog com certeza terá vida longa!

    Beijokinhas sempre carinhosas da Loira...

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