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terça-feira, 5 de abril de 2011

Intuição

Há um certo tempo eu já imaginava que isso poderia acontecer, mas não que realmente aconteceria. Não foi uma sessão, não durou horas (pior que durou, mas não vi o tempo passar), mas valeu a pena cada segundo, cada respirada. Bom é quando acontece assim, de surpresa, na hora em que você pode. Passar vontade é ruim demais, mas saciar um desejo é delicioso...
Meio tímida, meio a vontade, parecia que tudo tinha sumido ao redor, só existia a música...
Um trabalho solo, mas na mente uma parceria perfeita, o encontro talvez tantas vezes desejado, mas não realizado. Hoje foi, em partes, mas foi....


Já não podia mais conter essa vontade, ser agarrada pelos cabelos, jogada no chão...ali com cara de assustada vê que ele se aproxima...se abaixa, olha dentro dos olhos dela e a segura pelo pescoço, pressionando sua cabeça contra a parede. Aquele era o momento, o segundo que dividia o que seria dela daqui pra frente. Uma respirada mais profunda e os olhos dela deram sinal verde para que ele continuasse.
Sem pressa, sem dó, só com a força do desejo. A blusa rasgada pelo decote, agora não poderia mais cobrir seus seios que imploravam por um toque...veio a mordida, seca e forte que a fez gritar de dor extrema. Mas que lhe causou um arrepio indescritível. O toque carinhoso por cima da marca dos dentes...os olhos dentro dos olhos dele. "Continue", era o que os olhos diziam.
A mão que agora percorria seu corpo não era mais a sua própria, era a dele. Firme, quente, lenta, a procura da peça que faria abrir a passagem secreta que os levaria para o outro lado. Encontra e a segura com firmeza, redobra a força no pescoço até quase fazê-la perder os sentidos. Já não é mais dona do seu corpo, da sua mente, nem da própria respiração, respira por ele quando ele permite.
Do seu corpo flui o gozo direto na mão que a acaricia, mas o carinho toma ares de selvageria, uma pressão descomunal faz seu corpo se retorcer...o pulso vibra dentro dela, e mais forte, mais rápido, mais quente...os gritos não podem sair, não existe passagem para eles...ou ela grita ou respira, os dois não lhe é permitido.
De repente, ela é largada a própria sorte no chão, sem que nada a segurasse ou pressionasse. Fica por lá imóvel, buscando o ar e a razão, mas só encontra o arrepio instintivo que todo animal tem quando o perigo se aproxima. Sim, ela gosta do perigo, o medo faz com que ela seja mais esperta e viva. Sem olhar para trás, mas sabendo que algo aconteceria, sente arder quente no lombo a primeira de muitas chicotadas, foram inúmeras seguidas de ofensas e humilhações, mas afinal, era isso que ela buscava e era isso que ele tinha para dar.
O chicote cai no chão e imediatamente o corpo dele cai sobre o dela. Ela confia nele e ele sabe que pode ir com ela para onde quiser. E eles partem rumo ao conhecido desejo, a fortificação da aliança que já possuiam, a satisfação...
Se repetirá? nunca se sabe...a parceria permanece, forte, segura e inabalável. Mas a intuição diz que pra onde quer que um vá o outro estará sempre no olhar...

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